Riscos psicossociais no trabalho. Já ouviu falar nesse assunto? A saúde mental é um tema que permeia discussões envolvendo lideranças empresariais, gestão de recursos humanos e colaboradores no geral. E é fácil entender por que essa pauta chama tanta atenção.
Trabalhadores que começam a apresentar sintomas de instabilidade emocional, desgaste físico e mental e queda de rendimento, em grande parte dos casos, são afetados por ambientes de trabalho pouco saudáveis e construtivos.
Ansiedade, depressão e burnout são apenas algumas das doenças mais comuns entre os diagnósticos que perturbam os profissionais da atualidade. Todas elas têm um fator em comum: se manifestam a partir de sinais de distúrbios psicossociais. Se você tem interesse no assunto, fique conosco. O blog de hoje vai te ajudar a entender um pouco mais.
O que são riscos psicossociais?
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), riscos psicossociais são classificados como todos aqueles decorrentes das interações no ambiente de trabalho.
Para sermos mais específicos, o clima organizacional, as funções de trabalho, as relações interpessoais e até mesmo a maneira como são repassadas e executadas as tarefas, refletem nos fatores de riscos psicossociais.
Estão associados a deficiências na organização e gestão do trabalho, características de um ambiente social de trabalho problemático, que pode desencadear efeitos negativos a nível físico, mental, psicológico e social.
A instrução normativa nº98 de 5 de dezembro de 2003, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), diz que os fatores psicossociais, provenientes de atividades laborais, podem ser definidos como percepções que o colaborador identifica na organização onde trabalha.
Essas percepções podem ser interpretadas como o entendimento sobre os primeiros sinais de que os distúrbios ocasionados pelos riscos psicossociais estão impactando nas capacidades funcionais de trabalho do colaborador.
São fatores que afetam a saúde emocional e, como consequência, atingem a saúde física da pessoa, aumentando o seu desgaste físico e mental no cumprimento de suas funções.
Equilíbrio emocional também é importante no ambiente de trabalho para lidar com os assuntos pessoais e profissionais. Já sabe como conquistá-lo? Confira o texto.
O que são fatores de risco psicossociais no trabalho?
Imagine que, em um contexto de trabalho, uma pessoa tenha metas a cumprir dentro de uma equipe. A nível coletivo, essas metas dependem do esforço de dois ou mais colaboradores, e precisam de condições específicas do ambiente onde se encontram para serem executadas.
Quando, no espaço técnico e social da empresa, essas condições não são oferecidas ou, ainda, quando os responsáveis de gestão e outros setores e equipes envolvidas não proporcionam recursos e ferramentas para que as metas sejam alcançadas, começam a se manifestar os fatores de risco psicossociais.
Somados a esse quadro, surgem casos de exigências excessivas, cobranças intensas e desequilibradas por resultados. O contexto, é propício para o desenvolvimento de situações de estresse laboral, em que colaboradores não encontram as condições necessárias para executarem os objetivos estipulados internamente.
São exemplos de fatores psicossociais:
- Insegurança na execução de atividades;
- Desinformação operacional;
- Descumprimento de prazos;
- Definição de metas inalcançáveis;
- Inflexibilidade no ambiente de trabalho;
- Exigências contraditórias;
- Jornadas de trabalho excessivas;
- Horas extras não pagas;
- Assédio físico, verbal, psicológico ou sexual;
- Vantagens seletivas ou tratamento injusto;
Quais são as consequências dos fatores de riscos psicossociais para o funcionário?
Com o acúmulo de experiências negativas ligadas aos fatores de riscos psicossociais citados, vêm as consequências finais. Colaboradores começam a manifestar doenças ocupacionais severas, consideradas o “estágio final” de todos os sinais e sintomas. Entre elas, estão:
- Ansiedade generalizada;
- Síndrome do Pânico;
- Depressão;
- Síndrome de Burnout;
- Cansaço extremo;
- Stress;
- Dificuldade de concentração;
- Diminuição da produtividade;
- Dificuldades de interação social;
Como promover a saúde psicossocial em sua empresa?
Para evitar os casos extremos em que os fatores psicossociais se desenvolvem para doenças ocupacionais, em primeiro lugar, líderes, gestores e equipes de RH devem entender a importância de fazer a leitura do ambiente organizacional de trabalho.
Ter sensibilidade para identificar sinais que, durante a rotina do dia a dia, podem parecer silenciosos, também ajuda no trabalho de prevenção.
É necessário rever o modo como tem sido feita a gestão da empresa, das pessoas, do ambiente e da divisão de equipes e tarefas. Além disso, também é importante identificar formas de atuar diretamente para garantir a saúde psicossocial dos colaboradores.
Políticas de gestão ajudam a definir processos e cumprimento de tarefas. Adotar fluxos de trabalho mais organizados, uso de aplicativos de gestão de demandas e de tempo e promover espaços de diálogo abertos, também são formas de tornar o clima organizacional mais leve.
Capacitar as equipes, realizar treinamentos e reuniões de feedback são outras medidas que tem impactos positivos no ganho de motivação e de rendimento das equipes.
Por fim, avalie oferecer benefícios corporativos. Gestores que presam pelo bem-estar de seus colaboradores e que estão atentos a novas tendências de mercado sabem que oferecer planos odontológicos, de saúde, cartões alimentação vantajosos, incentivo a cultura e subsídio com gastos de deslocamento, aumentam a autoestima e interesse coletivo em entregar bons resultados e atuar efetivamente no desenvolvimento e crescimento da empresa.
Agora que você entendeu o que são fatores psicossociais e sabe como evitar esses riscos no ambiente corporativo, considere promover efetivamente a saúde mental no trabalho