Rasgos e furos em pneus são acontecimentos rotineiros na vida de motoristas e gestores de frota em operações de transporte, coleta ou prestação de serviços. Nessas horas em que os reparos são necessários, algumas alternativas econômicas para a manutenção são consideradas e, entre elas, está a vulcanização de pneus.
Por se tratar de uma prática alternativa para reutilizar e prolongar a vida útil de pneus, a vulcanização deve ser feita da maneira correta, para não acarretar riscos tanto para o veículo, quanto para o condutor.
No texto de hoje do blog, vamos descobrir se este processo é seguro, entender como ele funciona e quais cuidados devem ser tomados na hora de aplicá-lo nos pneus de uma frota. Fique conosco e aproveite a leitura!
Como é feita a vulcanização de pneus?
A vulcanização de pneus é o processo químico que acontece quando as características naturais do látex são modificadas, na combinação com uma certa porcentagem de enxofre, e torna o material mais resistente.
A reação química foi descoberta pela primeira vez em 1839, por Charles Goodyear. Hoje, um pneu vulcanizado é aquele que passou por algum rasgo ou furo, e foi lixado, aquecido e teve suas partes reconstruídas num reparo para ser reutilizado.
Para que a vulcanização aconteça são necessários 4 passos:
1) O primeiro é identificar o tipo e a intensidade do dano e qual a melhor forma de fazer a reconstrução. Em geral, é possível vulcanizar um pneu que sofreu um corte lateral, causado por atritos com as ruas ou tachas.
2) No segundo passo, o pneu passa por uma limpeza, que ajuda a definir com precisão o tamanho do corte. Depois, é lixado com equipamento específico, interna e externamente. Em seguida, a parte interna recebe uma cola e, na sequência, é preenchida com borracha.
3) O terceiro passo é a aplicação dos materiais que reforçarão a segurança do remendo: laminado e vulcanite. Na sequência, ele recebe o manchão, material que restitui a resistência da borracha.
4) Por fim, no quarto passo, é feita a vulcanização do pneu, quando a combinação entre os componentes químicos é submetida a altas temperaturas e se funde, revitalizando a peça. Após algum tempo resfriando, o pneu estará pronto para ser colocado no veículo novamente, consertado.
É importante reforçar que o ato de vulcanizar só pode ser realizado em temperaturas quentes para ser eficaz e garantir a aderência e resistência do pneu. Por isso, é errado dizer que uma vulcanização aconteceu “a frio”.
Todo esse processo deve ser executado por um profissional especializado e, feito da forma ideal e mais segura, dura cerca de duas horas e meia. A maior vantagem é o baixo custo: a média de preço varia entre R$40 e R$60.
Além disso, evita a necessidade de troca imediata, porque prolonga a vida útil dos pneus, o que contribui até mesmo para minimizar efeitos ao meio ambiente.
Esse processo pode ser feito em qualquer pneu?
Qualquer tipo de pneu pode sofrer danos no atrito com ruas, estradas e objetos cortantes. Para fazer os reparos, são usados diversos tipos de técnicas e, para escolher a mais adequada, é preciso identificar o tipo de estrago do pneu.
Para a vulcanização de pneus, não existe nenhuma restrição, desde que o processo seja seguido de forma segura e adequada. No entanto, de acordo com o Inmetro, motocicletas não podem circular com pneus vulcanizados ou reformados, para garantir maior segurança de seus condutores.
Nesse caso, o ideal é chamar o reboque ou a assistência especializada, para levar a moto até o local de troca de pneus.
É seguro vulcanizar os pneus?
A vulcanização é um processo seguro quando realizado por um profissional capacitado. Desde 2017, o Inmetro regulamenta a reforma de pneus por meio da Portaria 554, estabelecendo parâmetros mínimos para utilização de pneus com reparos. Em busca de garantir a segurança, algumas práticas são recomendadas:
- Estar em conformidade com as regulamentações: é importante estar ciente das leis e regulamentações locais e nacionais relacionadas ao uso de pneus vulcanizados, feitas para manter padrões de segurança e evitar transtornos;
- Manter o controle e rastreabilidade: faça registros detalhados dos pneus vulcanizados, incluindo informações sobre produtos químicos e datas dos reparos, para monitorar o período de duração e a necessidade de novas trocas ou consertos;
- Seguir as instruções do fabricante: como a vulcanização usa produtos químicos, é importante que seja feita por profissional especializado, que siga as instruções do fabricante para uso correto de materiais e equipamentos no processo;
- Realizar manutenção preventiva regular: a melhor forma de fazer a gestão da frota e identificar as necessidades de reparos, é por meio de manutenções regulares. Isso ajuda a ter controle das condições dos veículos como um todo, inclusive dos pneus. Além disso, também é a melhor forma de garantir as conformidades e não fazer vulcanizações excessivas, que podem comprometer a integridade estrutural.
Existem cuidados que precisam ser tomados após a vulcanização?
Além de seguir os parâmetros legais para garantir a integridade da frota, é importante que o motorista tenha consciência da vulcanização dos pneus para manter a cautela. Não só na condução do veículo, mas no reporte de quaisquer necessidades e preocupações para a gestão. Alguns comportamentos podem ajudar nisso, como:
– Acompanhamento de rotina de alinhamento e balanceamento, que contribui para a estabilidade e vida útil dos pneus e, consequentemente, maior segurança ao veículo;
– Direção responsável e preventiva, que ajuda a desacelerar o desgaste dos pneus e a manter sua aderência;
– Garantia de carga e armazenamento adequados, para respeitar os limites de peso e integridade do veículo, evitando danos estruturais e desgastes.
Agora que você entendeu o que é a vulcanização de pneus, que tal assinar a nossa newsletter de mobilidade para continuar recebendo dicas e ficar por dentro das últimas tendências? Temos certeza de que não vai se arrepender!