Intervalo interjornada: o que é e como calcular corretamente?

Garantir o cumprimento do intervalo interjornada é essencial para manter a regularidade da jornada de trabalho e evitar problemas trabalhistas. Para gestores de RH, entender essa regra garante a segurança jurídica da empresa e o bem-estar dos colaboradores.

Neste conteúdo você entenderá melhor o conceito e o que a legislação vigente diz sobre o tema. Além disso, descubra como calcular corretamente e as consequências do descumprimento das horas necessárias de descanso. Pronto para se aprofundar no assunto? Continue a leitura!

O que é um intervalo interjornada? 

O intervalo interjornada é o tempo de descanso obrigatório entre o término de uma jornada de trabalho e o início da seguinte. Para o gestor de RH, é importante ter um controle sobre as jornadas para evitar erros e sobrecargas. 

O intervalo é essencial para garantir que os colaboradores tenham recuperação física e mental, prevenindo fadiga e aumentando a produtividade. Além de ser uma lei, empresas que se preocupam com o bem-estar dos funcionários são benquistas no mercado.

Você sabe qual a diferença entre intervalo interjornada e intrajornada?

Apesar dos nomes semelhantes, os conceitos são diferentes:

  • Intervalo interjornada: ocorre entre o fim de um expediente e o início do próximo.
  • Intervalo intrajornada: é a pausa durante o expediente.

O que diz a lei?

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) define no artigo 66 que deve haver um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas entre duas jornadas de trabalho:

Art. 66 – Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.⁣

Já para o intervalo intrajornada a regra é válida para cargas horários acima de 6 horas, conforme explicado no artigo 71:

Art. 71 – Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

A legislação prevê que o descumprimento do intervalo pode gerar horas extras. Ou seja, caso o colaborador não tenha esse descanso, a empresa deve remunerar esse tempo como hora extra.

Além disso, categorias específicas podem ter regras diferentes. É o caso de motoristas, trabalhadores da saúde e segurança, por exemplo, que costumam ter normativas diferenciadas.

Quer saber mais sobre escalas de trabalho? Confira tudo sobre a escala 12×36: entenda como funciona e as vantagens para a empresa.

Como calcular corretamente este intervalo?

O cálculo do intervalo interjornada é simples. Deve haver um período mínimo de 11 horas consecutivas entre o fim de uma jornada e o início da próxima.

Vejamos um exemplo prático: um funcionário encerra o expediente às 22h. Sendo assim, ele só pode iniciar um novo turno após as 9h do dia seguinte.

Se a empresa exigir que o colaborador inicie o trabalho antes do intervalo mínimo, esse tempo será considerado hora extra e pode resultar em autuações. Por isso, o RH deve estar atento às escalas de trabalho, seja para criá-las ou para orientar os gerentes de cada área.

5 consequências do descumprimento do intervalo interjornada

Não respeitar essa regra pode trazer diversos impactos negativos para a empresa, seja interna ou externamente. Algumas dessas consequências incluem:

  • Passivos trabalhistas: o colaborador pode solicitar o pagamento das horas extras retroativas na Justiça.
  • Multas e fiscalização: a empresa pode ser penalizada em auditorias do Ministério do Trabalho.
  • Queda na produtividade: funcionários exaustos tendem a cometer mais erros e ter menor desempenho.
  • Aumento do absenteísmo: o excesso de trabalho pode levar a afastamentos por problemas de saúde.
  • Prejuízo para a reputação da empresa: empresas que não respeitam a legislação trabalhista podem enfrentar problemas de imagem e dificuldades na retenção de talentos.

Quer saber mais sobre boas práticas para gestão de equipe? Leia nosso conteúdo sobre assiduidade no trabalho: como engajar sua equipe e reduzir faltas.

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