Variação preço dos combustíveis - Setembro/2025

Gasolina e diesel recuam em 19 estados; etanol também tem queda em setembro, aponta ValeCard

A queda observada em setembro foi influenciada pela retração momentânea do petróleo no mercado internacional e por ajustes regionais de custos e impostos. Ainda assim, altas localizadas ocorreram, sobretudo em estados com maior peso logístico ou pressão do etanol na formação dos preços.

O preço médio da gasolina recuou em 19 estados em setembro, na comparação com o mês anterior, segundo levantamento da ValeCard, empresa especializada em meios de pagamento, soluções de mobilidade e benefícios corporativos. O etanol apresentou queda em 16 estados, enquanto o diesel caiu 19 unidades da federação. A análise considerou transações realizadas entre 1º e 26 de setembro em mais de 25 mil postos de combustíveis em todo o país.

No mês, a gasolina teve preço médio de R$ 6,374, uma redução de R$ 0,001 (-0,02%) em relação a agosto, quando custava R$ 6,375. Já o litro do etanol subiu R$ 0,033 (+0,75%), alcançando R$ 4,442, enquanto o diesel recuou R$ 0,009 (-0,14%), chegando a R$ 6,298.

O levantamento da ValeCard tem como base os pagamentos realizados nos postos da rede credenciada, refletindo os valores médios efetivamente pagos pelos motoristas.

Para o diretor de Mobilidade e Operações da ValeCard, Marcelo Braga, a combinação de fatores internos e externos podem explicar os preços:

“Setembro trouxe um quadro de alívio nos combustíveis, com gasolina e diesel em queda em 19 estados. A combinação entre petróleo mais fraco lá fora e ajustes regionais de custos e impostos explica o movimento — e também porque ainda vemos altas localizadas. Em síntese: a tendência é de recuo, mas o repasse ocorre em ritmos diferentes entre os estados,” afirma Braga.

Região Sudeste: alta em três dos quatro estados

No Sudeste, três dos quatro estados registraram aumento no preço da gasolina. O Espírito Santo liderou a alta, com avanço de 0,57% (de R$ 6,491 em agosto para R$ 6,528 em setembro). São Paulo, mesmo mantendo o menor preço do país (R$ 6,172), teve aumento de 0,31%. Em Minas Gerais, a variação foi discreta, de +0,05%. Já o Rio de Janeiro apresentou queda pouco significativa, passando de R$ 6,239 para R$ 6,237 (-0,03%).

Região Norte: maior alta e maior queda do Brasil

No Norte, cinco dos sete estados registraram queda no preço da gasolina. O Amapá teve o maior recuo da região e do país, de -1,66% (de R$ 7,165 para R$ 7,046). Na sequência aparecem Acre (-0,44%, segunda queda consecutiva), Tocantins (-0,40%), Pará (-0,28%) e Amazonas (-0,25%). Roraima manteve o posto de gasolina mais cara do país, com leve alta de 0,01% (R$ 7,583). Rondônia, por sua vez, registrou a maior alta da região e de todo o Brasil, com avanço de 0,73%, quase atingindo R$ 7 por litro (R$ 6,997).

Região Nordeste: segundo menor preço do país

No Nordeste, apenas Pernambuco apresentou alta no preço da gasolina (+0,25%). Nos demais oito estados houve queda, com destaque para Alagoas, que registrou recuo de 1,40% — quase R$ 0,10 a menos em relação a agosto (de R$ 6,663 para R$ 6,570). Na sequência vêm Piauí (-0,76%), Rio Grande do Norte (-0,62%), Paraíba (-0,58%) — que tem o menor preço da região (R$ 6,177) e ocupa a segunda posição mais barata do país, atrás apenas de São Paulo —, Bahia (-0,52%), Ceará (-0,35%), Maranhão (-0,22%) e Sergipe (-0,19%).

Centro-Oeste e Sul

No Centro-Oeste, o Distrito Federal registrou a maior queda da região e a segunda maior do país, com recuo de -1,51% (de R$ 6,539 para R$ 6,440). Mato Grosso (-0,36%) e Mato Grosso do Sul (-0,16%) também tiveram retração. Goiás foi o único estado da região a apresentar alta, com avanço de 0,57%.

No Sul, os preços oscilaram entre queda e estabilidade. Em Santa Catarina, houve recuo de -0,57%, seguido pelo Paraná, com -0,22%. Já no Rio Grande do Sul o preço se manteve estável em R$ 6,214.

Confira abaixo as variações de preços e o custo médio por litro da gasolina em cada estado:

O Etanol registra alta em 10 estados

Sudeste: preço em alta em todos os estados

Todos os estados do Sudeste tiveram aumento no preço do etanol em setembro. São Paulo, mesmo mantendo o menor preço médio do país (R$ 4,189), registrou o maior avanço da região e o segundo consecutivo (+1,85%). Na sequência aparecem Rio de Janeiro (+0,79%), Minas Gerais (+0,73%) e Espírito Santo (+0,43%).

Nordeste: queda generalizada

No Nordeste, todos os estados apresentaram redução no preço do etanol. O maior recuo foi no Rio Grande do Norte (-3,65%), passando de R$ 5,124 para R$ 4,937, uma diferença de quase R$ 0,20 por litro. Em seguida aparecem Ceará (-3,27%), Piauí (-1,93%), Paraíba (-1,32%), Alagoas (-1,17%), Maranhão (-0,91%), Pernambuco (-0,76%), Sergipe (-0,62%) e Bahia (-0,44%).

Norte: maior queda e valor mais alto do país

No Norte, o Acre manteve o preço estável em R$ 5,290 pelo terceiro mês consecutivo, sendo o mais caro do Brasil. O Amapá registrou a maior queda percentual do país (-12,01%), com diferença de quase R$ 0,64 em relação a agosto (de R$ 5,311 para R$ 4,673). O Amazonas, apesar do recuo expressivo (-4,06%), segue com o segundo maior valor do etanol no país (R$ 5,193), atrás apenas do Acre. Na sequência, aparecem Tocantins (-2,38%) e Pará (-0,43%). Apenas dois estados da região tiveram aumento: Roraima (+2,07%) e Rondônia (+0,39%).

Confira abaixo as variações de preços e custo médio por litro do etanol em cada estado:

Onde compensa abastecer com etanol?

Segundo a ValeCard, para que o uso de etanol hidratado compense financeiramente em relação à gasolina, descontando fatores como autonomias individuais de cada veículo, o valor do litro do combustível renovável deve ser igual ou inferior a 70% do preço do litro do combustível fóssil. Considerando essa metodologia, veja abaixo os estados que valem a pena abastecer com etanol:

• Acre
• Amapá
• Goiás
• Mato Grosso do Sul
• Mato Grosso
• Paraná
• Rondônia
• Roraima
• São Paulo

Diesel S-10: queda média nacional de 0,14% em setembro

O diesel S-10 registrou recuo médio nacional de -0,14% em setembro, com redução de preços em 19 estados. Alguns destaques regionais:

Centro-Oeste

Diferentemente de agosto, quando todos os estados da região haviam registrado alta, setembro trouxe variação mista nos preços. Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul tiveram queda de 0,78%, 0,24% e 0,03%, respectivamente. Apenas o Mato Grosso registrou aumento, de 0,32%.

Nordeste

Pelo segundo mês consecutivo, a Paraíba manteve o litro do diesel mais barato do país (R$ 6,010), apesar de registrar a maior alta percentual do Nordeste (+0,10%). Alagoas também apresentou leve avanço (+0,09%). Os outros sete estados tiveram queda, com destaque para Sergipe (-1,09%) e Ceará (-0,96%).

Norte: maior alta e maior queda do país

Assim como no etanol e na gasolina, o Norte concentrou tanto a maior alta quanto a maior queda percentual. O Acre registrou redução de 1,23%, mas segue com o segundo maior valor do Brasil (R$ 7,472). O Amapá teve a maior alta do país, de 2,05%, alcançando a terceira posição entre os preços mais elevados (R$ 7,057). Já Roraima subiu 1,09% e passou a liderar o ranking nacional, com o litro a R$ 7,489 — o segundo mês consecutivo de alta no estado.

Sul e Sudeste

No Sul, todos os estados registraram queda: Rio Grande do Sul (-0,66%), Santa Catarina (-0,44%) e Paraná (-0,18%).

No Sudeste, São Paulo manteve estabilidade no preço (R$ 6,214). Espírito Santo e Rio de Janeiro deram sequência à tendência de queda, com retrações de 0,33% e 0,08%, respectivamente, enquanto Minas Gerais apresentou leve aumento de 0,13%.

Confira abaixo a variação dos preços médios por litro de diesel S-10 em cada estado: