Variação preço dos combustíveis - Junho/2024

Nos primeiros seis meses do ano, etanol apresenta aumento de 10,6% no preço médio nacional; gasolina sobe 4,14% e diesel se mantém estável (-0,49%)

Levantamento inédito da ValeCard mostra que, apesar de aparente estabilidade apresentada nas janelas mensais, combustíveis estão subindo de preço em ritmo muito acima da inflação

Brasileiros chegam a pagar até 10,6% a mais do que no início do ano por litro de etanol, quase o triplo da inflação acumulada no período. Isso é o que mostra o levantamento inédito realizado pela ValeCard, empresa especializada em soluções de mobilidade, com base em transações feitas em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados em todo o país. De acordo com os dados, o preço médio do combustível vegetal em janeiro de 2024 era de R$ 3,547, passando para R$ 3,969 em junho. Embora em ritmo menor, a gasolina também apresentou aumento nas bombas, passando de R$ 5,784, em média por litro, para R$ 6,034, um avanço de 4,14%.  Já o Diesel S-10 se manteve estável no período, apresentando ligeira queda na média nacional, de R$ 6,188 em janeiro para R$ 6,158 em junho, recuo de 0,48%.

Embora na comparação com maio a variação de preços tenha sido pequena, com queda de 0,30% no preço do diesel e aumento da gasolina (0,13) e do etanol (0,34%), nivelada com o IPCA-15 (0,39%), prévia da inflação oficial divulgada pelo IBGE no dia 26 de junho, quando comparado com o acumulado do IPCA até maio de 2024 (3,93%), tanto o etanol quanto a gasolina mostraram altas superiores ao índice de preços.

Entre os estados, Pernambuco apresentou a maior alta do etanol do país no período, com 13,45% de aumento médio. Mato Grosso (13,32%) e Goiás (13,23%) foram os outros dois estados em que o combustível vegetal mais subiu. Confira nas tabelas abaixo as variações para os três combustíveis em todos os estados e médias nacionais.

Para o economista Benito Salomão, professor do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia inúmeros fatores podem explicar esse aumento no primeiro semestre, como pressão de custo vão acontecendo ao logo da cadeia, mas de acordo com ele, não é o principal.

“Atualmente, observa-se uma política de reoneração dos combustíveis. Cabe salientar que, em 2021 e 2022, alguns impostos sobre combustíveis, inclusive os estaduais, foram zerados. Diversos estados, buscando equilibrar suas contas, estão retomando a cobrança desses impostos. Essa medida pode ser um dos fatores que contribuem para o aumento de 4,14% no preço da gasolina, ressaltando que este reajuste não se origina da Petrobras, mas sim das pressões de custo mencionadas”, explica.

O professor pontua que o etanol, por ser um substituto próximo da gasolina, tende a acompanhar seu preço. Essa dinâmica se explica pelo fato de que a alta da gasolina abre espaço para que as usinas produtoras de combustível renovável reajustem seus preços. “O reajuste do etanol, inclusive, foi superior ao da gasolina”, finaliza.

Preço do diesel (-0,30%) fecha junho em queda em comparação a maio, com média nacional de R$ 6,158 por litro

Rio Grande do Sul segue com o combustível mais barato do país, a R$ 5,967; na outra ponta, maior média está no Amapá, a R$ 7,164

O preço do diesel S-10, o mais consumido no Brasil nos postos de combustíveis, registrou queda de 0,30% em junho, com valor médio de R$6,158 por litro – variação negativa de R$ 0,019 em relação a maio.

Os dados da ValeCard mostram que as unidades federativas que registraram as maiores quedas foram Amazonas (-2,22%), Sergipe (-2,11%) e Bahia (-1,05%).

O menor preço médio foi registrado no Rio Grande do Sul, a R$ 5,967; na outra ponta, Amapá apresentou a maior média, a R$ 7,164.

Fonte: ValeCard    

Preço da gasolina se mantém estável em junho, com média nacional de R$ 6,034 por litro

São Paulo tem o combustível mais barato do país, a R$ 5,805; na outra ponta, maior média está no Acre, a R$ 6,834

Em junho, o preço da gasolina nos postos de combustíveis apresentou um aumento de 0,13%, com valor médio de R$ 6,034 por litro – variação positiva de R$ 0,008 em comparação a maio.

Os dados mostram que as unidades federativas que registraram as maiores altas foram Rio Grande do Norte (1,48%), Distrito Federal (1,40%) e Amazonas (1,04%).

O menor preço médio do litro da gasolina foi registrado em São Paulo a R$ 5,805; na outra ponta, o Acre apresentou a maior média, a R$ 6,834.

Fonte: ValeCard 

Em junho, preço do etanol registra aumento (0,34%) em comparação a maio, com média nacional de R$ 3,969 por litro

Combustível renovável está vantajoso financeiramente, em relação à gasolina, em 17 unidades federativas

O preço do etanol hidratado (usado diretamente como combustível veicular), nos postos de combustíveis, apresentou em junho um aumento sutil de 0,34% na média nacional, com valor médio de 3,969 – variação positiva de R$ 0,013; em comparação com maio.

Os dados mostram que as unidades federativas que registraram os maiores aumentos foram Pará (3,76%), Rio Grande do Norte (6,85%) e Sergipe (19,58%).

Segundo a ValeCard, para que o uso de etanol hidratado compense financeiramente em relação à gasolina, descontando fatores como autonomias individuais de cada veículo, o preço do litro do combustível renovável deve ser igual ou inferior a 70% do preço do litro do combustível fóssil.

Considerando essa metodologia, em maio valeu a pena abastecer com etanol nas seguintes unidades federativas: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Fonte: ValeCard 

Fonte: ValeCard